sexta-feira, maio 30, 2008

O Aikido e você mesmo

No livro Aikido em três lições simples Richard Moon detalha em linguagem acessível e em tom de conversação os princípios básicos do caminho da elevação de Morihei Ueshiba. Como atesta o título as lições são destinada a um público sedento de sabedoria ao rítimo do século XXI. Todo conhecimento alí descrito parte da análise de um executivo e famoso mestre de Aikido, seus princípios não estão circunscrito apenas à esfera do Budo-caminho do guerreiro- mas adentram o vasto campo das relações humanas. Richard utiliza o sistema filosófico do Aikido como instrumento de treino e aperfeiçoamento dos mais diversos líderes empresarias. Dono de um exelente currículo, ajuda pessoas de todas as idades e crenças a encontrarem seu propósito na vida. Aliás esse é um dos mais elementares ensinos de O-Sensei. Mestre Ueshiba dedicou-se por toda uma vida a ajudar pessoas no sentido da descoberta de um propósito, ou melhor, do propósito individual. Cada ser, dizia o mestre, possui um caminho, cada ser tem sua história íntima, seu propósito. O objetivo do ser humano é, então, no mínimo, descobrir o seu e partir em busca do desenvolvimento pessoal e realização. Quando não conhecemos nosso objetivo, nossa meta a cumprir durante esta rápida passagem pela Terra, sofremos: uma vida inútil aguarda aquele que desconhece seu propósito. Vemos, pois tantas pessoas inertes, travadas em seu próprio rítmo. Tais pessoas as vezes somos nós mesmos, cansados, exaustos não sabemos por quê. Morihei fez de sua vida um castelo, um forte e deu-nos de presente toda a sabedoria que o manteve forte e sereno por todo um existir que ,aliás, não se extinguiu com sua morte terrena, muito pelo contrário, Morihei vive, quem sabe em algum lugar, mas tenho certeza que pelo menos em meu peito estará para sempre vivo. Neste intúito, considero primordial o meu desenvolvimento e o de qualquer pessoa no mundo. Aprendo a cada dia que passa um pouco mais sobre mim e o mundo, graças às minhas forças e a colaboração de outras pessoas. Uma delas é Richard Moon que por sua vez aprendeu com outro alguém.

São estes os princípios simples, porém profundos de Aikido em três lições simples:

  1. Saiba onde você está
  2. Harmonize-se com o todo
  3. Não se oculte

Aos poucos estarei comentando cada ítem. Em primeiro momento falarei a respeito do terceiro, não se oculte, e sua relação com o orkut.

Não se oculte

Não se ocultar é, vamos dizer, fazer muito diferente do que fazemos nos dias de hoje. Com o advendo da internet e posteriormente a popularização de sites como o orkut e fotolog, fica bastante fácil identificarmos este fenômeno antigo na hitória do homem, principalmente do homem moderno. Todo mundo quer ser aceito, todo mundo quer ser bem tratado. Ora, essa premissa foge ao questionamento ético, não há como questionar sua validade simplesmente a partir do certo ou errado. É natural querermos ser aceitos. Não é natural ocultarmos nossa singularidade.
Mestre Ueshiba considerava cada ser um elemento do vasto conjunto perfeito do universo. Ninguém pode se ocultar, deixar de aparecer para o mundo. O universo tem uma identificação com cada elemento que o constitui. Cada pessoa detém única forma de exteriorizar aquilo que faz parte de todos: a essência divina. Quem se oculta, deixa de lado a singularidade, sua única forma de expressão. Nenhuma pessoa irá substituí-lo, ninguém, nem nada. Vejo no orkut pessoas tentando imitar uma realidade de outrem. As fotos são selecionadas não pelo tema, pela tentativa de deixar-se ver, mas sim na tentativa de pôr-se como participante desse jogo sem regras, sem inicio nem fim.
Dificilmente alguém aceita-se como é. Para uma pessoa assim, vale mesmo imitar os outros, tentar ao máximo fazer igual. É nesse ponto que o entra o Aikido, na tentativa de elevação. O terçeiro princípio enfatiza a real participação, o verdadeiro existir de uma pessoa. Não se ocultar significa aparecer, mas aparecer como realmente somos. Uma foto onde estamos com o cabelo bagunçado, roupa amassada, enfim, essas coisas do dia-a-dia comum a todos fazem de nós pessoas humanas, pessoas que sofrem e sentem medo, têm desejos e lutam por realizá-los. Gente, isso é coisa séria, temos uma chance para existir, somente uma, depois já era... Quem não aproveitar a oportunidade para agir de acordo com seus propósitos, ser quem é e fazer o que lhe apraz, terá perdido um tempo precioso, preciosíssimo. Aikido não é simplesmente uma luta, é muito maior: é uma forma de viver. Viver com a verdade, pela verdade e a verade é que você, leitor, deve se impor, ou seja, pôr-se dentro do mundo. Pôr-se como é em essência é ser simplesmente você. Agora veja o vídeo-clipe da música Return To Innocence e avalie o que disse aqui, faça uma retrospectiva de sua vida e veja quantas e quantas vezes teve de se ocultar para no fim não dar em nada! Lembra-se de quando teve de dizer que gostava de uma coisa só para agradar, sei lá, uma gatinha em uma festa? Olha, não vou dizer que nunca fiz isso, mas já tem tempo que tento ser eu mesmo e não é fácil. Muitas vezes dizem que sou louco, que o que digo é "viagem", até na capoeira meu apelido é maluco! há aqueles que acham que me pejoram ao chamarem-me doido. Coitados: mal sabem que eles é que estão disperdiçando a vida com futilidades, logo mais a própria vida mostra o caminho correto. Bem, é isso aí. Pare e reflita.

quarta-feira, maio 28, 2008

No texto "muito além das aparências" falei da suástica, seu significado e diferenças entre a original e aquela modificada por Hittler. Bem, para quem não conhece, há uma música chamada Return To innocence, cuja letra fala de um certo retorno, uma volta ao estado de pureza e sinceridade. Uma melhor compreenção ocorre quando assistimos ao video-clipe; posto o video assim como a letra da música original e a tradução. Espero que o leitor ouça e acompanhe a letra a fim de melhor compreender o significado da suástica, cuja verdadeira representação é magnífica.

Return To Innocence
Enigma
Composição: Indisponível

Love-Devotion... /Feeling-Emotion
Don't be afraid to be weak.../Don't be too proud to be strong.../Just look into your heart my friend.../That will be the return to yourself... /The return to innocence.
If you want, then start to laugh.../If you must, then start to cry... /Be yourself don't hide .../Just believe in destiny
Don't care what people say... /Just follow your own way .../Don't give up and loose the chance .../To return to innocence
That's not the beginning of the end... /That's the return to yourself... /The return to innocence

Return To Innocence (tradução)
Enigma
Composição: Enigma
O Retorno À Inocência

Amor - devoção.../Sentimento - emoção...
Não tenha medo por ser fraco .../Não tenha tanto orgulho por ser forte... /Apenas olhe dentro de seu coração, meu amigo .../Esse será o retorno a você mesmo... /O retorno à inocência
Se você quer, então comece a rir... /Se você deve, então comece a chorar .../Seja você mesmo, não se esconda... /Apenas acredite no destino
Não se importe com o que os outros dizem... /Apenas siga seu próprio caminho... /Não desista e use a chance... /Para retornar à inocência
Esse não é o começo do fim .../Esse é o retorno a você mesmo .../O retorno à inocência

sábado, maio 17, 2008

Sem sentido(s)

Poesia para mim é como uma esfera: finita, mas ilimitada.
Alguns observam o universo e não vêem nada; outros nem observam, logo também são cegos. Eu... Crio e recrio meu universo todos os dias
Realmente o tempo não pára...
Quando o relógio começa a trabalhar
O relógio individual, aquele único, secreto
Ninguém o detém
Corre, corre, corre para o bem não sei de quem
E quando tem pêndulo:
Vai...
...vai
vai...
Sempre vai, nunca volta!

segunda-feira, maio 05, 2008

Muito além das aparências

A imagem acima não representa de maneira alguma um Buda nazista. Ninguém nega que há uma suástica estampada no peito de um buda. No entanto, ressalvo que nem toda suática é nazista. Esta por exemplo, representa o arquétipo da vitória, é o símbolo da vitória. Quer dizer, a suástica representa a vitória, vitória do homem sobre si mesmo, sobre sua natureza instintiva.
Valendo-se de duas retas formamos uma cruz: uma reta na vertical e outra na horizontal. A primeira simboliza elevação, a segunda, consciência. Temos então elevação da consciência, na forma de uma cruz cortada ao meio pela linha horizontal, perpendicularmente à vertical. Em cada ponta da cruz existe outra reta exprimindo o movimento anti-horário. Bem, veja só: desde o princípio da criação o tempo não pára e a cada instante decorrido a criatura domina mais a matéria, mergulha no mar da natureza material, sempre acompanhando o decorrer dos tempos. Surge então a necessidade de regresso, a volta às origens que não são materiais, mas sim espirituais e este retorno é difícil, dói, já que vai contra a tendencia natural da matéria viva. Reverter o sentido do tempo requer energia, força contrária, há de se superar o natural, o instintivo. Peremptoriamente, vê-se a vitória em toda esta simbologia. Hitler, conhecedor da sabedoria místico-oriental, usou a suática como estandarte do nazismo, fazendo uma simples modificação: a suástica nazista é torta, meio inclinada. Isto faz a diferença entre a suática nazista e a usada pelos yoges. Há muito tempo que os yogues utilizam-na como representação de um desejo íntimo: a transcedência.
Bom, como disse Shakespeare, "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia". O que está escrito aqui é somente uma parte do que posso dizer. Quem quiser se aprofundar, quem sente no íntimo um desejo de superação das condições naturais do existir, pode ficar tranquilo, pois só pelo fato de ter lido este texto já está no caminho correto.

sexta-feira, maio 02, 2008

O eu e o mundo: saúde e tempo de vida. Parte 1

Estava eu a pensar sobre as coisas mais importantes da vida. Após muito analisar descobri várias, centenas de coisas importantes. Hoje falo sobre as que compõem o título deste texto. Tempo de vida e saúde relacionam-se harmonicamente mas não dependente uma da outra: pode uma pessoa saudável dispor de curto tempo de vida como pode um enfermo enterrar seus entes mais jovens.
Muitas vezes ficamos tristes por não termos um carro, uma casa imponente, uma namorada linda e rica como nos filmes de Hollywood, um corpo bem definido, bastante dinheiro para gastar e por aí vai... Bem, é impossível alguém ser tão completo como na vida fantasiosa da televisão. Sabe por que? Porque são tantas as apelações que ninguém é capaz de reter todas ao mesmo tempo. Nenhum ser humano dá conta de ser no mesmo instante tudo o que o mundo quer que ela seja. Aí está um outro ponto, na verdade as pessoas não estão preocupadas com o ser, mas sim com o ter. Ser um médico, um juiz ou alto funcionário do senado não importa, o que realmente importa é o status que daí surge, é o prestígio, a glória de ter, ter e ter... Ter o que? Mulheres, carros, dinheiro, pessoas por perto, etc. Não quero neste momento discutir a questão do ser com o ter, o foco hoje é mais especificamente na desilusão e logo após no antídoto. Faz cerca de uma semana, eu estava um pouco triste pelo fato de não ter um carro ou uma moto. Pensei em como há garotos que logo ao completar dezoito anos recebem junto à carteira de motorista um belo automóvel, além de vale gasolina toda semana. No entanto, algo rapidamente alegrou-me, tirou-me daquela hipnose capitalista. Uma voz, um sentimento oriundo das profundezes do meu ser revelou-me a verdade, minha verdade. Naquele instante pensei: se buda estivesse aqui e me propusesse uma troca; daria-me qualquer carro, mas em troca eu teria de lhe dar minhas pernas. O que eu diria? Bem, a resposta nem precisa ser dita, é claro que não troco minhas pernas por carro algum, seja Ferrari um BMW. A conclusão então é que minhas pernas são muito mais importantes que a soma de todos os carros e motos da terra!!! A partir daí sou feliz o bastante para maldizer a minha sorte quanto a andar a pé ou em ônibus lotado. Se você, querido leitor, anda meio depressivo, angustiado com sua vida, chateado por que sua vida não anda como planejado, pense, reflita sobre cada linha deste texto e sobre cada letra do livro da sua vida. Parece até bobagem não é? Mas olha só: enquanto você lê este texto sua vida vai passando, a cada instante você tem menos tempo de vida. Buda, poderia agora fazer-lhe uma proposta assim como a minha mas desta vez você teria qualquer riqueza do mundo, qualquer peso em ouro mas em troca você só teria dois anos de vida e logo após este tempo seria atormentado com uma doença muito grave como um câncer no cérebro. E aí? O que me diz? Mais uma vez nem precisa de resposta, é óbvio: ninguém quer sofrer. Nossa sociedade está doente por que sua unidade viva que é o homem padece na ignorância, na servidão de um instinto incontrolável. Cabe ao homem procurar a cura para seus males. Há várias curas e uma delas e talvez a mais eficaz é a autoconsciência, saber quem você é, onde você está e para onde deve ir. Existem técnicas para desenvolver a autoconsciência e uma delas eu acabei de expor, simplesmente analisando o valor da saúde e o tempo de vida. Há muito mais a comentar, há muito mais a perquirir. Deve-se ler dez mil livros e andar dez mil quilômetros para se tornar um verdadeiro samurai. Da observação sistemática do ser resulta o conhecimento do insondável, este é o pilar da ciência moderna e deve ser o seu pilar também. Nunca mais se permita, leitor, abalar por besteiras.