terça-feira, novembro 18, 2008

Cultivar a energia interior


Cultivar a energia interior é como plantar rosas em um jardim e esperar a vinda das borboletas ao invés de procurá-las nos jardins dos outros. As rosas são nossas preciosidades, são nossos tesouros íntimos e é aí que devemos orientar nosso impulso a fim de embelezar a vida. Sempre bom é lembrar, no entanto, que é exatamente a multiplicidade de flores que fazem do jardim um local bonito e agradável. Então já não basta apenas restringir nosso foco de atenção a apenas um tipo de disposição, um tipo de inclinação para as coisas. É correto orientarmos nossa vida na rota da variedade e qualidade, precisamos trilhar diversos rumos, aprender a cair e levantar. Esse é o universo do samurai.
Muitas vezes nos precipitamos e avançamos por demais um pé a ponto de quase nos surpreendermos com uma rasteira. Isso é um aspecto da natureza bruta, instintiva do corpo o qual age sem uma orientação racional. Tal ponto de atuação é deveras perigoso, faz-se necessário evitá-lo ao máximo. Mas, dentro da perspectiva de um jardim, a diversidade pressupõe flores não tanto perfumadas, uma condição de energia diminuída em foco, dissipada... Cabe, pois, ao jardineiro observar o fluxo do seu trabalho e pô-lo em sintonia com a necessidade borboletas, já que elas são os tesouros esperados. Tal trabalho é ardiloso e requer muita prática, mas com muita força e determinação conseguiremos realizá-lo!

terça-feira, outubro 14, 2008

A casa dos mil espelhos (folclore japonês)


Tempos atras em um distante e pequeno vilarejo, havia um lugar conhecido como a casa dos 1000 espelhos. Um pequeno e feliz cãozinho soube deste lugar e decidiu visitar. Lá chegando, saltitou feliz escada acima até a entrada da casa. Olhou através da porta de entrada com suas orelhinhas bem levantadas e a cauda balançando tão rapidamente quanto podia. Para sua grande surpresa, deparou-se com outros 1000 pequenos e felizes cãezinhos, todos com suas caudas balançando tão rapidamente quanto a dele. Abriu um enorme sorriso, e foi correspondido com 1000 enormes sorrisos.

Quando saiu da casa, pensou,

- Que lugar maravilhoso! Voltarei sempre, um montão de vezes.

Neste mesmo vilarejo, um outro pequeno cãozinho, que não era tão feliz quanto o primeiro, decidiu visitar a casa. Escalou lentamente as escadas e olhou através da porta. Quando viu 1000 olhares hostis de cães que lhe olhavam fixamente, rosnou e mostrou os dentes e ficou horrorizado ao ver 1000 cães rosnando e mostrando os dentes para ele.

Quando saiu, ele pensou,

- Que lugar horrível, nunca mais volto aqui.

Todos os rostos no mundo são espelhos.

quarta-feira, outubro 01, 2008

O desenvolvimento artístico e intelectual exige uma postura dedicada às obras de bom teor moral. Digo moral não no sentido positivista do termo, mas sim no sentido clássico grego, como todo o conjunto de valores de uma sociedade, sociedade esta de guerreiros hábeis e dedicados, inclinados ao serviço honesto e ético. Neste âmbito apresento esta obra, por sua vez fantástica, do imortal Mozart. Espero que todos possam compreender toda transcedência de sua obra.

Mozart Greatest Hits

(Os Maiores Sucessos de Mozart)


A música é única das artes que tem sua origem em THÈOS.

sábado, setembro 20, 2008

Leia:

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segunda-feira, setembro 01, 2008

Hakama


Originalmente o Hakama, calça utilizada em diversas artes marciais parecida com uma saia, era utilizado por cavaleiros japoneses a fim de proteger suas pernas. Passou, posteriormente, a traje de uso dos samurais, tornando-se até símbolo de status. Os samurais usavam-no no sentido de proteger suas pernas e de ocultar os movimentos dos pés.
Pode-se perceber certas pregas, dobras, no Hakama. Não é à toa, existe um motivo para isso. Cada dobra representa um aspecto da grandeza do Samurai, expressa no código de honra dos samurais Bushido.
As sete pregas do hakama (5 na frente e 2 atrás) têm o seguinte significado simbólico :

1. Yuki = coragem, valor, bravura
2. Jin = humanidade, caridade, benevolência
3. Gi = justiça, retidão, integridade
4. Rei = etiqueta, cortesia, civilidade
5. Makoto = sinceridade, honestidade, realidade
6. Chugi = lealdade, fidelidade, devoção
7. Meyo = honra, reputação, glória ou reputação, dignidade, prestígio.

Geralmente o Hakama é usado por quem atingiu o nível de faixa-preta.

sexta-feira, agosto 22, 2008

Aprenda isso:

A missão do AIKIDO é amar e proteger todas as coisas. Não um amor fraco, sentimental, mas o todo poderoso AMOR UNIVERSAL.
Morihei Ueshiba

terça-feira, julho 15, 2008

Palavra ao Mestre amigo


Sensei,

Muitas vezes estou assim, meditativo. Muitas vezes ando introspectivo, calmo. Vez por outra pareço triste, acanhado...
Tenho caminho próprio, sigo as trilhas do meu coração, no entanto o senhor é parte da luz que me guia.
Não posso imaginar a dimensão exata do meu existir, todavia por intuição sei que é imenso assim como as veredas que devo percorrer afim de alcançar a paz que outrora o senhor, mestre, contemplou.
Sinto-me honrado por encontrar o Aikido e beber de sua fonte quando já tenho sede. Se eu pudesse voltar no tempo por um segundo sequer, gostaria de estar contigo: mesmo por um instante...
Cá estou, distante no tempo, longe do Japão e suas rochas que presenciaram o dia em que um homem imortalizara-se na fluidez da água e na resistência das montanhas.

segunda-feira, junho 16, 2008

Mais uma gota no oceano do Budo

Já dizia um provérbio japonês que antes de se tornar samurai alguém deve caminhar dez mil quilômetros e ler dez mil livros. É nesse propósito que disponibilizo mais um vídeo, um clip de uma música formidável. Creio ser de interesse sincero de todos os leitores deste blog, sedentos de sabedoria no caminho do Budo, aprender mais e mais, manter o controle sobre suas mentes, impor-se ao destino.A arte faz parte do ser humano, a arte é do ser humano, integra-o ao todo. Grandes samurais eram autênticos artistas. Musashi pintava quadros, fazia esculturas em barro. Mestre Ueshiba desenhava os mais belos ideogramas representando o Aiki. Hoje... O que fazemos hoje? Até onde podemos encontrar o sentido da vida permanecendo estáticos frente à televisão? Quando será cabível o evoluir apenas absorvendo toda e qualquer asneira de programas como BBB? Não é possível servir a dois mestre assim como numa mesma montanha não convivem dois tigres. Deixo claro, pois, o enorme carinho e apreço que tenho por toda manifestação artistica que tenha por fim o enobrecimento da nossa raça.

Caros colegas, ouçam esta música com toda a serenidade possível, deixem-na adentrar os locais mais recônditos do peito. Libertem-se de toda prisão imposta pela nossa fútil realidade cotidiana. Lembrem-se de que a música clássica perpassa a alma e sobrepõe-se ao ser. Logo mais postarei um artigo a respeito da arte, o como ela se insere nas cinco formas de escape descritas pelo filósofo Alain de Botton. Bem, espero que todos apreciem e compreendam o verdadeiro sentido de eu ter postado esse vídeo, já com uma qualidade de imagem não tão boa e complexo em sua estrutura narrativa.

Mais uma vez: Leiam dez mil livros e percorram dez mil quilômetros!!!

sexta-feira, maio 30, 2008

O Aikido e você mesmo

No livro Aikido em três lições simples Richard Moon detalha em linguagem acessível e em tom de conversação os princípios básicos do caminho da elevação de Morihei Ueshiba. Como atesta o título as lições são destinada a um público sedento de sabedoria ao rítimo do século XXI. Todo conhecimento alí descrito parte da análise de um executivo e famoso mestre de Aikido, seus princípios não estão circunscrito apenas à esfera do Budo-caminho do guerreiro- mas adentram o vasto campo das relações humanas. Richard utiliza o sistema filosófico do Aikido como instrumento de treino e aperfeiçoamento dos mais diversos líderes empresarias. Dono de um exelente currículo, ajuda pessoas de todas as idades e crenças a encontrarem seu propósito na vida. Aliás esse é um dos mais elementares ensinos de O-Sensei. Mestre Ueshiba dedicou-se por toda uma vida a ajudar pessoas no sentido da descoberta de um propósito, ou melhor, do propósito individual. Cada ser, dizia o mestre, possui um caminho, cada ser tem sua história íntima, seu propósito. O objetivo do ser humano é, então, no mínimo, descobrir o seu e partir em busca do desenvolvimento pessoal e realização. Quando não conhecemos nosso objetivo, nossa meta a cumprir durante esta rápida passagem pela Terra, sofremos: uma vida inútil aguarda aquele que desconhece seu propósito. Vemos, pois tantas pessoas inertes, travadas em seu próprio rítmo. Tais pessoas as vezes somos nós mesmos, cansados, exaustos não sabemos por quê. Morihei fez de sua vida um castelo, um forte e deu-nos de presente toda a sabedoria que o manteve forte e sereno por todo um existir que ,aliás, não se extinguiu com sua morte terrena, muito pelo contrário, Morihei vive, quem sabe em algum lugar, mas tenho certeza que pelo menos em meu peito estará para sempre vivo. Neste intúito, considero primordial o meu desenvolvimento e o de qualquer pessoa no mundo. Aprendo a cada dia que passa um pouco mais sobre mim e o mundo, graças às minhas forças e a colaboração de outras pessoas. Uma delas é Richard Moon que por sua vez aprendeu com outro alguém.

São estes os princípios simples, porém profundos de Aikido em três lições simples:

  1. Saiba onde você está
  2. Harmonize-se com o todo
  3. Não se oculte

Aos poucos estarei comentando cada ítem. Em primeiro momento falarei a respeito do terceiro, não se oculte, e sua relação com o orkut.

Não se oculte

Não se ocultar é, vamos dizer, fazer muito diferente do que fazemos nos dias de hoje. Com o advendo da internet e posteriormente a popularização de sites como o orkut e fotolog, fica bastante fácil identificarmos este fenômeno antigo na hitória do homem, principalmente do homem moderno. Todo mundo quer ser aceito, todo mundo quer ser bem tratado. Ora, essa premissa foge ao questionamento ético, não há como questionar sua validade simplesmente a partir do certo ou errado. É natural querermos ser aceitos. Não é natural ocultarmos nossa singularidade.
Mestre Ueshiba considerava cada ser um elemento do vasto conjunto perfeito do universo. Ninguém pode se ocultar, deixar de aparecer para o mundo. O universo tem uma identificação com cada elemento que o constitui. Cada pessoa detém única forma de exteriorizar aquilo que faz parte de todos: a essência divina. Quem se oculta, deixa de lado a singularidade, sua única forma de expressão. Nenhuma pessoa irá substituí-lo, ninguém, nem nada. Vejo no orkut pessoas tentando imitar uma realidade de outrem. As fotos são selecionadas não pelo tema, pela tentativa de deixar-se ver, mas sim na tentativa de pôr-se como participante desse jogo sem regras, sem inicio nem fim.
Dificilmente alguém aceita-se como é. Para uma pessoa assim, vale mesmo imitar os outros, tentar ao máximo fazer igual. É nesse ponto que o entra o Aikido, na tentativa de elevação. O terçeiro princípio enfatiza a real participação, o verdadeiro existir de uma pessoa. Não se ocultar significa aparecer, mas aparecer como realmente somos. Uma foto onde estamos com o cabelo bagunçado, roupa amassada, enfim, essas coisas do dia-a-dia comum a todos fazem de nós pessoas humanas, pessoas que sofrem e sentem medo, têm desejos e lutam por realizá-los. Gente, isso é coisa séria, temos uma chance para existir, somente uma, depois já era... Quem não aproveitar a oportunidade para agir de acordo com seus propósitos, ser quem é e fazer o que lhe apraz, terá perdido um tempo precioso, preciosíssimo. Aikido não é simplesmente uma luta, é muito maior: é uma forma de viver. Viver com a verdade, pela verdade e a verade é que você, leitor, deve se impor, ou seja, pôr-se dentro do mundo. Pôr-se como é em essência é ser simplesmente você. Agora veja o vídeo-clipe da música Return To Innocence e avalie o que disse aqui, faça uma retrospectiva de sua vida e veja quantas e quantas vezes teve de se ocultar para no fim não dar em nada! Lembra-se de quando teve de dizer que gostava de uma coisa só para agradar, sei lá, uma gatinha em uma festa? Olha, não vou dizer que nunca fiz isso, mas já tem tempo que tento ser eu mesmo e não é fácil. Muitas vezes dizem que sou louco, que o que digo é "viagem", até na capoeira meu apelido é maluco! há aqueles que acham que me pejoram ao chamarem-me doido. Coitados: mal sabem que eles é que estão disperdiçando a vida com futilidades, logo mais a própria vida mostra o caminho correto. Bem, é isso aí. Pare e reflita.

quarta-feira, maio 28, 2008

No texto "muito além das aparências" falei da suástica, seu significado e diferenças entre a original e aquela modificada por Hittler. Bem, para quem não conhece, há uma música chamada Return To innocence, cuja letra fala de um certo retorno, uma volta ao estado de pureza e sinceridade. Uma melhor compreenção ocorre quando assistimos ao video-clipe; posto o video assim como a letra da música original e a tradução. Espero que o leitor ouça e acompanhe a letra a fim de melhor compreender o significado da suástica, cuja verdadeira representação é magnífica.

Return To Innocence
Enigma
Composição: Indisponível

Love-Devotion... /Feeling-Emotion
Don't be afraid to be weak.../Don't be too proud to be strong.../Just look into your heart my friend.../That will be the return to yourself... /The return to innocence.
If you want, then start to laugh.../If you must, then start to cry... /Be yourself don't hide .../Just believe in destiny
Don't care what people say... /Just follow your own way .../Don't give up and loose the chance .../To return to innocence
That's not the beginning of the end... /That's the return to yourself... /The return to innocence

Return To Innocence (tradução)
Enigma
Composição: Enigma
O Retorno À Inocência

Amor - devoção.../Sentimento - emoção...
Não tenha medo por ser fraco .../Não tenha tanto orgulho por ser forte... /Apenas olhe dentro de seu coração, meu amigo .../Esse será o retorno a você mesmo... /O retorno à inocência
Se você quer, então comece a rir... /Se você deve, então comece a chorar .../Seja você mesmo, não se esconda... /Apenas acredite no destino
Não se importe com o que os outros dizem... /Apenas siga seu próprio caminho... /Não desista e use a chance... /Para retornar à inocência
Esse não é o começo do fim .../Esse é o retorno a você mesmo .../O retorno à inocência

sábado, maio 17, 2008

Sem sentido(s)

Poesia para mim é como uma esfera: finita, mas ilimitada.
Alguns observam o universo e não vêem nada; outros nem observam, logo também são cegos. Eu... Crio e recrio meu universo todos os dias
Realmente o tempo não pára...
Quando o relógio começa a trabalhar
O relógio individual, aquele único, secreto
Ninguém o detém
Corre, corre, corre para o bem não sei de quem
E quando tem pêndulo:
Vai...
...vai
vai...
Sempre vai, nunca volta!

segunda-feira, maio 05, 2008

Muito além das aparências

A imagem acima não representa de maneira alguma um Buda nazista. Ninguém nega que há uma suástica estampada no peito de um buda. No entanto, ressalvo que nem toda suática é nazista. Esta por exemplo, representa o arquétipo da vitória, é o símbolo da vitória. Quer dizer, a suástica representa a vitória, vitória do homem sobre si mesmo, sobre sua natureza instintiva.
Valendo-se de duas retas formamos uma cruz: uma reta na vertical e outra na horizontal. A primeira simboliza elevação, a segunda, consciência. Temos então elevação da consciência, na forma de uma cruz cortada ao meio pela linha horizontal, perpendicularmente à vertical. Em cada ponta da cruz existe outra reta exprimindo o movimento anti-horário. Bem, veja só: desde o princípio da criação o tempo não pára e a cada instante decorrido a criatura domina mais a matéria, mergulha no mar da natureza material, sempre acompanhando o decorrer dos tempos. Surge então a necessidade de regresso, a volta às origens que não são materiais, mas sim espirituais e este retorno é difícil, dói, já que vai contra a tendencia natural da matéria viva. Reverter o sentido do tempo requer energia, força contrária, há de se superar o natural, o instintivo. Peremptoriamente, vê-se a vitória em toda esta simbologia. Hitler, conhecedor da sabedoria místico-oriental, usou a suática como estandarte do nazismo, fazendo uma simples modificação: a suástica nazista é torta, meio inclinada. Isto faz a diferença entre a suática nazista e a usada pelos yoges. Há muito tempo que os yogues utilizam-na como representação de um desejo íntimo: a transcedência.
Bom, como disse Shakespeare, "Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia". O que está escrito aqui é somente uma parte do que posso dizer. Quem quiser se aprofundar, quem sente no íntimo um desejo de superação das condições naturais do existir, pode ficar tranquilo, pois só pelo fato de ter lido este texto já está no caminho correto.

sexta-feira, maio 02, 2008

O eu e o mundo: saúde e tempo de vida. Parte 1

Estava eu a pensar sobre as coisas mais importantes da vida. Após muito analisar descobri várias, centenas de coisas importantes. Hoje falo sobre as que compõem o título deste texto. Tempo de vida e saúde relacionam-se harmonicamente mas não dependente uma da outra: pode uma pessoa saudável dispor de curto tempo de vida como pode um enfermo enterrar seus entes mais jovens.
Muitas vezes ficamos tristes por não termos um carro, uma casa imponente, uma namorada linda e rica como nos filmes de Hollywood, um corpo bem definido, bastante dinheiro para gastar e por aí vai... Bem, é impossível alguém ser tão completo como na vida fantasiosa da televisão. Sabe por que? Porque são tantas as apelações que ninguém é capaz de reter todas ao mesmo tempo. Nenhum ser humano dá conta de ser no mesmo instante tudo o que o mundo quer que ela seja. Aí está um outro ponto, na verdade as pessoas não estão preocupadas com o ser, mas sim com o ter. Ser um médico, um juiz ou alto funcionário do senado não importa, o que realmente importa é o status que daí surge, é o prestígio, a glória de ter, ter e ter... Ter o que? Mulheres, carros, dinheiro, pessoas por perto, etc. Não quero neste momento discutir a questão do ser com o ter, o foco hoje é mais especificamente na desilusão e logo após no antídoto. Faz cerca de uma semana, eu estava um pouco triste pelo fato de não ter um carro ou uma moto. Pensei em como há garotos que logo ao completar dezoito anos recebem junto à carteira de motorista um belo automóvel, além de vale gasolina toda semana. No entanto, algo rapidamente alegrou-me, tirou-me daquela hipnose capitalista. Uma voz, um sentimento oriundo das profundezes do meu ser revelou-me a verdade, minha verdade. Naquele instante pensei: se buda estivesse aqui e me propusesse uma troca; daria-me qualquer carro, mas em troca eu teria de lhe dar minhas pernas. O que eu diria? Bem, a resposta nem precisa ser dita, é claro que não troco minhas pernas por carro algum, seja Ferrari um BMW. A conclusão então é que minhas pernas são muito mais importantes que a soma de todos os carros e motos da terra!!! A partir daí sou feliz o bastante para maldizer a minha sorte quanto a andar a pé ou em ônibus lotado. Se você, querido leitor, anda meio depressivo, angustiado com sua vida, chateado por que sua vida não anda como planejado, pense, reflita sobre cada linha deste texto e sobre cada letra do livro da sua vida. Parece até bobagem não é? Mas olha só: enquanto você lê este texto sua vida vai passando, a cada instante você tem menos tempo de vida. Buda, poderia agora fazer-lhe uma proposta assim como a minha mas desta vez você teria qualquer riqueza do mundo, qualquer peso em ouro mas em troca você só teria dois anos de vida e logo após este tempo seria atormentado com uma doença muito grave como um câncer no cérebro. E aí? O que me diz? Mais uma vez nem precisa de resposta, é óbvio: ninguém quer sofrer. Nossa sociedade está doente por que sua unidade viva que é o homem padece na ignorância, na servidão de um instinto incontrolável. Cabe ao homem procurar a cura para seus males. Há várias curas e uma delas e talvez a mais eficaz é a autoconsciência, saber quem você é, onde você está e para onde deve ir. Existem técnicas para desenvolver a autoconsciência e uma delas eu acabei de expor, simplesmente analisando o valor da saúde e o tempo de vida. Há muito mais a comentar, há muito mais a perquirir. Deve-se ler dez mil livros e andar dez mil quilômetros para se tornar um verdadeiro samurai. Da observação sistemática do ser resulta o conhecimento do insondável, este é o pilar da ciência moderna e deve ser o seu pilar também. Nunca mais se permita, leitor, abalar por besteiras.

segunda-feira, março 24, 2008

CÓDIGO DE HONRA DOS SAMURAIS – BUSHIDO

  • Não tenho Pais, Faço do Céu e da Terra meus Pais.
  • Não tenho Lar, Faço do *Saika Tandem meu Lar.
  • Não tenho Poder Divino, Faço da Honestidade meu Poder.
  • Não tenho condutas, Faço da Humildade minha maneira de relacionamento.
  • Não tenho Poder Mágico, Faço da minha Personalidade minha magia.
  • Não tenho vida nem morte, Faço da eternidade a minha vida e a minha morte.
  • Não tenho Corpo, Faço da Coragem meu corpo.
  • Não tenho Olhos, Faço do Relâmpago meus olhos.
  • Não tenho Ouvidos, Faço da sensibilidade meus ouvidos.
  • Não tenho Membros, Faço da vivacidade meus membros.
  • Não tenho Leis, Faço da auto proteção minha lei.
  • Não tenho Projetos, Faço da Oportunidade meus planos.
  • Não tenho estratégia, Faço da Liberdade de matar e de ressuscitar minha estratégia.
  • Não sou um Prodígio, Faço do Respeito à verdadeira Doutrina meu milagre.
  • Não tenho Dogmas Rígidos, Faço da Adaptabilidade a todas as coisas o meu Princípio.
  • Não tenho Forma, Faço da Astúcia minha forma.
  • Não tenho Milagres, Faço da Justiça meus milagres.
  • Não tenho Tática, Faço da rapidez minha tática.
  • Não tenho amigos, Faço da Mente meu amigo.
  • Não tenho Inimigo, Faço da Imprudência meu inimigo.
  • Não tenho Armadura, Faço da minha sinceridade e retidão minha armadura.
  • Não tenho castelo fortificado para me defender, Faço da minha sabedoria meu castelo.
  • Não tenho espada, faço da minha calma e silêncio espiritual minha espada.
    *SAIKA TANDEM: ponto de equilíbrio do corpo humano, localizado quatro dedos abaixo do umbigo.

terça-feira, março 11, 2008

O despertar da besta e o sentido da vida

Diz a bíblia que no fim dos tempos haverá o domínio da besta, que os homens sofrerão a desilusão do abandono. É o purgatório. Não sei se a interpretação deve ser ao pé da letra, não sei se realmente os fatos hão de se desenrolar como afirmaram os profetas do apocalipse. Não sou cristão e muito menos idealista de seita qualquer, no entanto busco sempre novas formas de enxergar o mundo, procuro constantemente dividir e aprender com o próximo.
Como entusiasta do desenvolvimento interior humano estou a todo momento procurando novas formas de encarar a penosa convivência social. Conviver harmonicamente torna-se tarefa árdua quando não conseguimos aceitar as diferenças entre os indivíduos. Bem, comigo isto não acontece já que tento ao máximo compreender o ponto de vista das pessoas. Não quero dizer que não seja eu um anjo e que não tenho meus problemas com a sociedade. Muito pelo contrário, acho que pelo fato de ter muitos problemas é que admiro tanto a propensão ao bem-comum.
Andei a observar o comportamento das pessoas no dia-a-dia. Notei que hoje está virando moda -acho que até já virou- ser, ou pelo menos fingir, idiota. Idiota para mim é algo como agir feito os personagens do BBB ou como aquela dançarina da boquinha da garrafa ou mais recentemente o crew (nem sei se é assim que se escreve isso). Há diversos sinônimos para idiotia: imbecilidade, bestialidade, carlaperisse, patialidade (a síndrome da pat ou patricinha), cicarelisse, emetivisse, tolice, entre muitos outros. Todos esses termos objetivam o mesmo fenômeno: pessoas abaixo da linha do raciocínio natural e sem o mínimo senso do ridículo.
Fazendo uma pequena análise percebi que quem pode se dar ao luxo de agir assim não é o pobre trabalhador assaz, pois quem empregaria alguém tão fútil? Hoje em dia é moda sofrer de patialidade por que ao padecer desse mal implicitamente atesta-se o suposto padrão de renda da pessoa. Ora, ninguém, a não ser pessoas realmente íntegras e seguras de si, quer se envolver com um pobre, um necessitado que tem de trabalhar para bancar o aluguel do barraco, que sofre todos os dias em ônibus lotado e mal pode sair para passear, curtir um pouco a vida... Vejo uma garota da periferia usando uma bolsa comprada com parcelas a perder de vista, com uma calça jeans falsificada achando-se um máximo. O ápice da ilusão. Tal garota trabalha no shopping e jamais pensa em se envolver com um pobretão do seu bairro e se por milagre isso acontecer será no mínimo com o filho do dono do mercadinho que pelo menos tem um carro, bem popular, nada comparado com os rapazes que freqüentam o shopping e que tem um Mercedes ou um BMW, mas é um carro. Garotas como essa existem muitas, são milhares, dezenas de milhares. Não olham para dentro de si, não se conhecem e por isso tendem a valorizar os aspectos mais incertos do ser humano, os aspectos mais superficiais. Não quero dizer que só as mulheres padecem desse mal não, muito pelo contrário, o fenômeno é universal atinge todos. Ninguém quer ser pobre, disso eu sei e sei também que não é um pensamento errado. Todos devemos buscar prosperidade material, conforto. É um bem de direito a todas as pessoas. O que proponho é que há outras riquezas a serem buscadas, há o crescimento interior, há o desenvolvimento tanto psicofísico quanto o emocional e espiritual. O progresso material deve acompanhar o intelectual. Ambos são importantes, o homem é um ser tanto biológico quanto social. Neste sentido o homem transcende a matéria, transcende o sentido puramente biológico do existir e passa a criar, a transformar a natureza, a modificar o seu universo. Ao produto dessa transformação da-se o nome de cultura. Através da linguagem o homem repassa sua experiência, permite a divisão do conhecimento e mais ainda, permite-se um legado. O ser humano proporciona aos seus descendentes uma melhor forma de captar os recursos do ambiente, repassa o mundo abstraído. A partir daí surge a proposta de um mundo novo, um mundo melhor. Então, finalmente encontro o ponto aonde pretendo chegar quando analiso a patialidade ou aberrações da inteligência, é o ataque da besta, a fúria dos bestas! Os portadores desse terrível mal do século XXI permanecem em cima do muro, não se posicionam quanto à política ou ao terrorismo, não colaboram com o desenvolvimento do mundo já que não se aperfeiçoam nas suas relações com a sociedade e somente aceitam de mão beijada as propostas insanas do consumismo desenfreado. É terrível saber que há pessoas assim. Alguém pode argumentar: deixa a vida dela de lado, cuide da sua. Sim, sim. Realmente. Estou cuidando da minha. Cuido tanto que observo os detalhes de como vivo e para que vivo. Considero-me igual a qualquer outra pessoa, não sou melhor ou pior, tenho as mesmas potencialidades. Entretanto sei que há uns que vivem alienados de si mesmos, alienados do mundo e da interação positiva, afirmativa. Creio que o melhor a fazermos é repensar a nossa formação e nos preocupar com as bases de um mundo mais solidário, mais humanizado. Construir um mundo melhor para todos requer força de vontade, requer humildade e inteligência para ficarmos cara-a-cara com nós mesmos, enfrentarmos o gigante que nos assusta. O maior inimigo de uma pessoa é ela mesma. O capitalismo só existe por que o mal vem de dentro do homem. A revolução começa dentro de cada um. Sigamos estes princípios e teremos dado o primeiro passo da longa caminhada evolutiva...

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Assembly x Java: configurações do pecado digital.

Certa vez, logo após dias de profunda meditação sobre a natureza feminina, atingi um grau de iluminação absoluta. Percebi desde então que há 10 tipos de mulher ® (2 em decimal): as Assembly e as Java. Extraordinário, surpreendente. Séculos de escândalos e intrigas resolvidos em um instante de reflexão...
Bem, há na linguagem de programação termos essenciais, termos técnicos para descrever atributos da interface homem/máquina. Se o nível de interação baseia-se em níveis de tensão e controle de portas aí temos o baixo nível, do contrário, o alto nível, como as linguagens de internet. Pois que o homem separa os controles eletrônicos em baixo e alto nível, assim também subdividem-se as mulheres: umas de alto nível outras de baixo nível. Estas só pensam em por o zero no um (em linguagem de programação de baixo nível tudo se resume a zeros e uns como por exemplo mov@,#r1) aquelas já reservadas mantém o foco em ações úteis para a humanidade. As assembly só pensam naquilo, só zero no um e um no zero. É o caos total: 00011100010011100011...
Entretanto já levando uma discussão com um colega meu obtive outro ímpeto iluminativo, tal amigo mostrou-me que no fundo no fundo, bem no fundo mesmo, toda mulher Java é Assembly. Lá aonde as linguagens fogem ao entender imaturo tudo parte do zero e um. É verdadeiramente um no zero. Bem, hei de concordar no fundo mesmo é zero no um e um no zero, não há escapatória todas as linguagens advém do assembly! Qualquer mulher, por mais que diga o contrário possui suas qualidades no sistema binário. Vejo que os códigos binários dominam o mundo, são a causa de guerras e intrigas, amizades desfeitas... Mas pelo contrário quem que já estudou binário e é capaz de afirmar que não é bom para o corpo e a mente? Afinal, acho que vou me especializar em linguagem de máquina!!!!!!!!!!!!!!!!


O termo 10 tipos de mulher é marca registrada do Kokada.